Mesmo que muitas vezes pareçam inofensivas, as manchas na pele podem ser alertas de que algo não está indo tão bem com o seu corpo. Desde alterações estéticas, do bem-estar, até doenças mais graves, como o Melanoma.
Existem vários tipos de manchas na pele, mas todos possuem o sol como fator agravante em comum. Então, se você ainda não tem o costume de usar o protetor solar todos os dias, pode ir repensando esse hábito.
Por isso nunca ignore aquela nova manchinha que apareceu do nada. Se observar algo de estranho, busque a orientação de um dermatologista. Vale olhar na internet? Claro! Mas só isso não é o suficiente, heim!
Nos próximos tópicos explicaremos as características das principais manchas na pele, além das causas e tratamentos. Bora com a gente? 🙂
Colorações mais comuns das manchas na pele
Marrons, brancas, roxas … Cada cor indica um tipo de mancha na pele, que pode aparecer em diferentes formatos e tamanhos. Elas costumam ser recorrentes nas áreas expostas ao sol, como rosto, braços, colo e mãos.
Os cuidados e tratamentos são muito específicos, dependerá da gravidade das lesões e do histórico do paciente. Em alguns casos, o uso de dermocosméticos já é suficiente, mas em outros, apenas intervenções mais complexas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as colorações das manchas mais comuns são:
- Marrons
- Pretas
- Brancas
- Vermelhas
- Roxas
Conheça as características e principais doenças causadas por cada uma delas:
Manchas marrons: melasma, melanose ou fitofotodermatose
Grande parte das manchas marrons são causadas pela hiperpigmentação, ou seja, pela produção excessiva de melanina. É uma das alterações mais comuns, e podem ocorrer por diversos fatores — que estão além da exposição solar:
- Inflamações cutâneas locais;
- Alterações hormonais ou medicamentosas;
- Doenças endocrinológicas;
- Uso de alguns cosméticos;
- Fatores genéticos.
O tratamento depende do diagnóstico, que pode ser feito através dos exames clínicos ou complementares, como a dermatoscopia e a biópsia.
#01 Fitofotodermatose (ou mancha do limão)
Com certeza você já ouviu alguém falando sobre os perigos de aplicar o limão na pele, e com razão: a fruta possui agentes fotossensibilizantes que, ao entrarem em contato com o sol, provocam queimaduras e manchas.
O problema não está apenas no limão, mas em alimentos que possuam furocumarinas (ou psoralênicos), substância comum em frutas ácidas e até em plantas, refrigerantes e alguns cosméticos.
Os casos de fitofotodermatose aumentam no verão, quando as pessoas preparam muitas bebidas refrescantes e vão para o sol. É importante lavar bem as mãos e ao redor da boca, pois qualquer resquício ocasiona as lesões.
Além disso, aplique o protetor solar nas áreas atingidas e evite se expor ao sol novamente, hidratando bem a pele e correndo das receitinhas caseiras, elas podem agravar ainda mais as manchas e queimaduras.
Os dermatologistas recomendam não usar perfume para ir à praia ou à piscina, pois muitos deles possuem furocumarinas.
Boa notícia: com o tempo, a fitofotodermatose costuma desaparecer 🙂
#02 Melasma
Nós já falamos aqui no blog sobre o melasma, uma doença crônica que provoca manchas no rosto agravadas pela exposição ao sol.
É bem comum durante a gravidez — 10,7% das mulheres brasileiras grávidas possuem o melasma. Este é um período que o corpo produz mais hormônios, inclusive alguns que causam a hiperpigmentação.
No geral, as mais atingidas são as mulheres, principalmente hispânicas, asiáticas, negras e latino-americanas, por terem alta produção de melanina. 90% dos pacientes com melasma se enquadram nessas características.
Outras possíveis causas são as reposições hormonais, como os anticoncepcionais, fatores genéticos, radiação ultravioleta e alterações na tireoide.
Não tem cura, mas tem tratamento!
Ele é feito com aplicação de dermocosméticos clareadores, como o ácido glicólico, ácido azeláico ou retinóico, e o uso diário de um protetor solar de 50 FPS ou mais. Também é indicado, para alguns casos, peelings e sessões de laser e luz pulsada.
#03 Melanose
Por último, temos a melanose, diretamente ligada ao sol e muito confundida com manchas de idade (mancha senil). Na verdade, ela é o acúmulo de melanina provocado pelas altas exposições aos raios solares.
São lesões benignas, que não apresentam riscos para a saúde. Ou seja, não viram câncer, assim como o melasma e a fitofotodermatose. O melhor tratamento também é a prevenção, com a aplicação de filtro solar.
Manchas escuras ou pretas: quando ligar o alerta?
Na maioria das vezes as pintas, também chamadas de Nevos, são benignas. Mas é preciso ficar atento: elas não podem mudar de tamanho, forma ou cor. Caso isso ocorra, é um sinal de alerta.
O Nevo Congênito é um outro tipo de pinta, um pouco mais preocupante. Ele surge assim que a criança nasce ou até ela completar 2 anos de idade, podendo crescer e atingir até 20 cm. Esse tipo de pinta gigante é rara, atinge 1 em cada 20 mil nascimentos.
Mesmo sendo rara, é importante realizar encontros anuais com um dermatologista para que ele verifique o desenvolvimento dessas alterações congênitas, que também podem levar ao melanoma, um tipo grave de câncer.
Então como identificar se uma pinta é potencialmente maligna? A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) indica avaliá-las conforme o método ABCDE. Dá uma olhada nesse infográfico disponibilizado pelo Ministério da Saúde:
Se observar manchas na pele com essas características, procure imediatamente um médico para a remoção. Esse pode ser um sinal de câncer de pele! Mas não crie pânico, converse primeiro com o especialista.
Câncer de pele
O câncer de pele é bem comum no Brasil, mas apenas 3% de todos os casos são do tipo mais agressivo, o melanoma. O maior percentual são pacientes com não-melanoma, que possui boas chances de cura se identificado precocemente.
A gravidade está nas camadas da pele atingidas: o melanoma consegue atingir as camadas mais profundas, podendo chegar atingir outros órgãos do corpo.
Olha só os principais fatores de risco:
- Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou sensíveis à ação dos raios solares;
- Histórico familiar;
- Doenças cutâneas prévias;
- Exposição prolongada e repetida ao sol;
- Câmaras de bronzeamento artificial;
- Não utilizar o filtro solar.
Manchas brancas
Muitas doenças de pele provocam manchas brancas e possuem características parecidas, mas precisam de tratamentos específicos. Para ter um diagnóstico detalhado, você deve ir ao dermatologista e realizar os exames (a biópsia é mais indicada).
#01 Melanócitos mortos
São comuns em idosos, mas podem surgir em todas as idades. É uma mancha normal, não precisa se desesperar. Com o passar do tempo e com a alta exposição solar, as células que produzem melanina morrem e ficam branquinhas.
É um processo irreversível, já que se trata do envelhecimento natural da pele, mas você pode amenizá-lo usando muito protetor solar e evitando a exposição ao sol.
#02 Pano branco
Também conhecida como micose de pele ou micose de praia, as manchas brancas surgem de uma infecção por fungos que inibe a produção de melanina. É possível tratar o fungo, mas é complicado repigmentar as áreas afetadas — geralmente, tronco e costas.
#03 Hipomelanose
É uma doença genética que pode demorar a se manifestar, sendo comum em mulheres e homens com até 30 anos. É caracterizada por regiões da pele que ficam mais claras que o restante, principalmente na lombar e no tronco.
O tratamento é focado em banhos de sol com protetor solar, que uniformizam o tom da pele, e em cremes que promovam a repigmentação. Pessoas negras e pardas têm mais chances de desenvolver a doença.
#04 Vitiligo
O vitiligo é uma doença com causas ainda não muito bem definidas, mas estudos indicam a possibilidade do corpo combater os melanócitos, a chamada alteração do sistema imune, ou fatores genéticos.
As manchas brancas podem atingir grandes áreas do corpo e não descamam, ao contrário das outras doenças. O tratamento vai depender do caso, mas pode envolver a aplicação de cremes corticóides e/ou imunossupressores ou a fototerapia.
Manchas vermelhas
As manchas na pele também podem ter coloração avermelhada, sendo a rosácea a doença mais comum nesta categoria. É uma doença inflamatória crônica sem cura, frequente em
mulheres brancas, entre 30 e 50 anos.
Surge na área central do rosto (bochechas, nariz, testa e queixo). O tratamento pode ser só local ou combinado com antibióticos e cirurgias a laser, a eletrocirurgia ou a dermoabrasão, também dependerá da gravidade do caso.
Também pode ser uma dermatite ou um Nevo Rubi, aquelas pintas vermelhas que coçam e sangram.
Manchas roxas
Já as manchas na pele de cor roxa podem indicar o rompimento de vasos sanguíneos, que causam hematomas pelo corpo. Têm pessoas que nascem com predisposição genética e percebem manchinhas surgindo do nada.
Também pode ser a chamada púrpura senil, as manchas roxas que aparecem nos braços dos idosos.
No caso dos hematomas, consumo de vitamina C ajuda a fortalecer as paredes dos vasos sanguíneos e evitar os rompimentos espontâneos.
Vale reforçar! Consultar um dermatologista sempre será a melhor forma de cuidar do seu corpo.
Falando em vitamina C, que tal conhecer os benefícios desse poderoso aliado da saúde? É só ler o nosso artigo:
Vitamina C para o rosto: como inserir na sua rotina de cuidados